sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Reflexão III - Desolado

Sua alma imerge em águas poluídas de um rio de sangue.
Suas mãos, tremulas, envelhecidas e impuras,
Demonstram estar tudo bem.
Sua face jovial aparenta meio seculo de sofrimento e dor.
Seus lábios carnudos, de cor escura, sussurram aos gentis,
Palavras irreconhecíveis, afinal, quem quer ouvi-lo?
Sua mente, aparada por novos rumores de prazeres escandalizados,
Já não se houve as vozes obscuras e sádicas.

Desolado, perdido em companhia de seu desolamento.
Desolamento, perdido em companhia de seu sufoco.
Sufoco, perdido em companhia de seu prazer.
Prazer, perdido em companhia de seu escárnio.
Escárnio, em meio escândalos.
Antes ocultos. Agora público.

Se encontra em um vazio.
Onde não se vê,
Onde não se ouve,
Onde não se fala,
Onde não se odora,
Onde não se toca.

Fantasias fantasiam fantasmas.
Fantasmas, desolados e incrédulos.
Insistem em assombrar suas assombrações mútuas. 
Não hesitam em persuadir suas escolhas: 

Escolher entre um passado puro e infeliz,
Onde a pureza é externa, interior vencera a tempo.
Onde seus prazeres sujos escarnecera e ocultara a alma.
Onde sua face reluzente ofuscara sua verdadeira personalidade.
Onde seu leito fizera assento e seus olhos despejara lagrimas.
Onde seus segredos mais ocultos firmara pensamentos.
De escárnio, ódio, dor e prazer.
À um futuro escandalizado pelo passado e pelo presente,
Onde sua alma experimenta liberdade de persuasão.
Onde seus pensamentos antes desolados a sua aceitação,
Agora desolados a julgamento dos credos e puros.
Onde suas lagrimas antes mascaradas,
Agora evidenciam seu sofrimento.
Onde antes escândalos ocultara sua alma,
Agora libertam sua personalidade.


Continua ...

- Ordnael Sevla


                                                                       










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